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Jardim Japonês: pequenos cenários em seu jardim

” Na busca de uma imitação de seus cenários naturais deslumbrantes e dinâmicos, e ainda pela influência chinesa da construção de paisagens representativas de mundo ideal do budismo, os jardins japoneses são miniaturas de imensos cenários naturais.

Podem ser construídos tanto de maneira naturalista, através de vegetação, rochas e água, quanto de forma simbólica, por meio de pedriscos e rochas.

As nuances de luz e sombra, os tamanhos e a posição relativa entre os elementos são sempre manipuladas a fim de obter efeitos plásticos, típicos do paisagismo oriental.

Técnica Miegakure

Uma técnica recorrente  em jardins japoneses, é o chamado “esconde e revela” (MIEGAKURE).

Partes de uma rocha ou arbusto são propositalmente escondidas ou camufladas para que a imaginação do observador preencha as continuidades espaciais do cenário e perceba as infinitas linhas de perspectivas.”

Referência Bibliográfica: Kaloustian, Sarkis Sergio. Jardim Japonês: a magia dos jardins de Kyoto. 1 Referencia Bibliografica:Kaloustian, Sarkis Sergio. Jardim Japonês: a magia dos jardins de Kyoto. 1ª edição. São Paulo – SP : Editora K, 2010.

A água como elemento no Jardim Japonês

O elemento água é essencial em um jardim japonês, representa a vida, e no sentido budista, a sábia adaptação a todas as circunstâncias.
Para um jardim de amplo espaço , uma boa opção é uma cascata natural, sabiamente projetada por um paisagista, onde a água cai em um lago repleto de carpas KOI.

Projetada para isso...

A lanterna de Pedra , modelo Rakei, pode ser traduzido como “caminho da água. Possui um pedestal que projeta a luz na água.

Também há o Tsukubai , que representa sublimemente o elemento água.

O fluxo constante da água renova a energia, e oferece um som terapêutico ao ambiente.

Rios imaginários

Temos também a água bem representada no ”jardim zen”, onde as pedras grandes representam ilhas, e o cascalho branco representa o mar ou um rio.
Os monges tem o costume de desenhar nos cascalhos os movimentos da água, como um exercício meditativo.

A vegetação do jardim japonês

O tradicional jardim japonês não ostenta uma variedade muito grande de espécies em um mesmo jardim. As árvores e arbustos são aproveitados por sua boa adaptação ao ambiente, bem como em suas mudanças de forma, cor e tamanho. As considerações de projeto devem levar em conta a variedade, a idade, o número, a localização, a época e o método para plantação, tudo isso dentro do estilo e do desenho total. As plantas trazem a qualidade da sombra, frescor e dão profundidade ao espaço. Sua posição deve respeitar a da origem de seu habitat natural.

Os mestres paisagistas exploram o contraste entre imobilidade das rochas e o movimento e a variação dos vegetais para sugerir cenários miniaturizados do universo.

As árvores devem ter os galhos bem formatados e, mesmo em pequena escala, devem sugerir grandes árvores crescendo numa floresta natural. As cores verde, cinza e marrom são predominantes e permanentes, assim, flores de estação definidas devem provocar contraste ocasionais.

Para obter os efeitos de profundidade e ilusão espacial, a vegetação é usada da seguinte maneira:

  • Para a massa posterior – folhagem densa, pequena, coloração profunda.
  • Para a massa anterior – folhagem rarefeita, grande, cores suaves.

Árvores e arbustos

As três árvores mais presentes nos jardins são: os Pinus, Pinus densiflora (Pinheiro vermelho) e Pinus thunbergii – Kuro Matsuo (Pinheiro preto), as azaléas (Azalea indica var. simsii) e o Acer palmatum (Acer), também conhecido por Maple Japonês.

Os pinus permitem um trabalho escultural e possuem grande expressividade.

Outras árvores muito comuns nos jardins japoneses são: Prunus serrulata (Sakura) Pinus pentaphylla (Pinho branco Japonês), Cryptomeria japônica (Japonese cedar, a mais impostante e sagrada depois do pinus) e a Camelia japônica (Camélia).

Os arbustos ideais para serem podados e moldados são: O junípero, os pinheiros negro e vermelho e o cipreste.

Jardim com Kuro Matsuo (Pinho preto).
Maple Japonês (Acer palmatum)
Azalea florida
Detalhe da Azalea

Bambu

O bambu é muito usado nos pequenos jardins japoneses de residências como contraponto a uma lanterna de pedra ou rocha.

Um interessante exemplo de seu uso é a cerca viva de bambu da Vila Katsura Rykyu em que ramos são dobrados formando uma cerva viva.

jardim_Japones_kit02_3

Musgos

Com centenas de espécies no Japão, o musgo é particularmente privilegiado no clima úmido de Kyoto.

O musgo necessita de umidade e sombra, e seu uso como forração nos jardins, além da beleza de sua textura, funciona também como retenção de água e evita formação de barro.

Manutenção

Um aspecto que pode passar despercebido, dada a perfeição e limpeza formal dos jardins, se refere aos cuidados necessários à sua manutenção.

Nessa importância do cuidado extremo é que se reside a beleza e a permanência desse jardins.

O cuidado diário na manutenção é fundamental na apresentação visual dos jardins, uma arte da paciência e dedicação.

Os profissionais envolvidos nessa arte são extremamente especializados. Modelam os ramos dos pinus um a um, trabalhando cada agulha com um senso estético sofisticado.

Esse trabalho é feito geralmente na primavera. O controle das sombras desejadas no solo está diretamente relacionado a essas técnicas de poda.

Como exemplo, um pinheiro negro tem seu tronco entortado em forma de S, e o corte assimétrico e intercalado de seus ramos provoca um visual de uma elegante árvore exposta ao tempo e com uma idade muito mais avançada do que a real.

Poda de pinheiro negro. Manutençao e foto de Matsu Nagao
Fonte Bibliográfica: KALOUSTIAN, Sergio Sarkis. Jardim Japonês: A magia dos jardins de Kyoto. 1 Edição. São Paulo: Editora K, 2010.

Fizemos a réplica do Tsukubai mais famoso do Mundo !

Para criar um jardim japonês, podemos nos inspirar em locais de importância histórica ou religiosa, como o templo zen budista de Ryōan-ji (O Templo do Dragão à Paz), localizado em Quioto, Japão.

O Atelier de esculturas Lanterna de Pedra já reproduziu umas das principais atrações do Templo: um famoso tsukubai com a inscrição kanji.

Os kanjis escritos na superfície da pedra não tem significados quando lido sozinhos.

Mas combinados com a abertura central 口 (Kuchi/boca), eles mudam sua leitura para 吾, 唯, 足, 知. que podem ser lidos como “ware, tada taru (wo) shiru” que significa:

“Eu só sei (o que é) o suficiente”    (吾 = louça = I, 唯 = tada = apenas, somente, 足 = taru = ser suficiente, bastar, valer a pena, merecer, 知 = shiru = sei).

O significado da frase esculpida no topo da tsukubai é simplesmente “o que se tem é tudo que se precisa” e destina-se a reforçar os ensinamentos básicos anti-materialistas do budismo.

O Atelier Lanterna de Pedra, localizado em Ouro Preto/MG é o único no Brasil que confecciona réplicas em pedra das tradicionais esculturas Ishi-Torô e outros elementos do jardim Oriental.

Acompanhe o passo-a-passo da nossa produção:

Furando a boca do Tsukubai, que já foi torneado e já está oco.
Início do entalhe do primeiro Ideograma.
Dois primeiros Ideogramas Kanji já entalhados.
Depois de dois dias de trabalho, tsukubai pronto!
jardim rústico

Esculturas Nodumi : toque rústico para seu jardim japonês

Nodumi, é um tipo de escultura rústica da família das lanternas chamada de Nozura dōrō (  灯籠), que pode ser traduzido livremente como “lanterna do campo” ou “empilhar a céu aberto”.  São o tipo de escultura para jardim japonês que melhor traduz a filosofia natural de “wabi-sabi”.

São lanternas feitas com pedras ásperas e não polidas.

As primeiras lanternas japonesas eram assim criadas a partir de pedras naturais empilhadas, utilizando o mínimo de entalhes. Respeita-se a natureza da pedra como ela se apresenta.

É um símbolo da estética wabi-sabi (beleza derivada de um processo natural, imperfeita e impermanente).  Uma maneira japonesa de admirar a natureza.

Nodumi é um termo japonês que pode ser traduzido como “empilhar”.

Inspirado nas formas naturais das rochas, estes foram os primeiros modelos de lanterna existentes no Japão, onde se empilhava blocos de pedra a fim de proteger das intempéries a chama que iluminava o caminho do jardim japonês. Se tornou um estilo muito frequente no Japão, pelo apreço desta cultura pelas formas espontâneas da natureza.

Jardim japonês rústico
Lanterna estilo Shimen Nodumi, Altura: 70 cm; Peso: 60 kg
jardim_japones_lanterna_misakinodumi_4
A chamada Misaki Nodumi não tem pedestal e fica diretamente no chão.

Nosso atelier se especializou na reprodução dos modelos tradicionais de lanterna para jardim japonês e a Nodumi é a favorita para criar ambientes com um toque mais rústico. 

A Lanterna é entalhado em Rocha esteatita Dura, com receptáculo elétrico embutido.

Há também o Tsukubai Nodumi, disponível em nosso site, Lanterna de Pedra.

Para conhecer as lanternas e o tsukubai no estilo Nodumi que fabricamos, acesse estes links:

O significado da Pagoda

O Pagoda ou Pagode, é um modelo arquitetônico amplamente usado no Japão e China antigos, na construção de templos.

Chamado também de Goju-no-to.

Pagode de cinco andares do templo Toji em Kyoto.
Seu estilo próprio e significado o fez ser adaptada para jardins japoneses, em forma de ishi-dōrō (lanterna de pedra).
Lanterna de Pedra estilo Pagoda 5 andares, no Museu do Bonsai - MG
Foto enviada por cliente de Valparaíso de Goiás

Em sua forma completa e original essa torô representa os cinco elementos da cosmologia budista.

A parte mais inferior, tocando o chão, representa o chi, a terra. A próxima seção representa sui ou água.

Ka ou fogo, é representado pela seção que envolve a luz ou chama da lanterna.

O (ar) e k (vazio ou espírito) são representados pelas duas últimas seções, mais acima e apontando para o céu, significa a energia divina, que mantém todos os elementos em harmonia.

Os segmentos expressam a ideia de que, após a morte, nossos corpos físicos retornarão à sua forma original e elementar.

Para conhecer os modelos de Pagoda que fabricamos, acesse estes links:

 

O Jardim do Chá

Durante o fim da Era Muromachi (era feudal de 1333~1568) e toda a Era Azuchi Momoyama (1569~1600), a construção um tipo de jardim japonês se tornou comum: o jardim voltado para a cerimônia do chá.

Com o desenvolvimento desta prática e sua constante realização pelos guerreiros e aristocratas, um tipo de jardim que configurasse apropriadamente as casas de chá se tornou necessário.

Dessa forma, o jardim do chá, ou roji (caminho), é famoso por ser encontrado na entrada das casas de chá.

Suas principais características são as pedras no chão, que demarcam o caminho da rua à casa (tobi-ishi), e as luminárias de pedra (ishidôrô), ambos elementos típicos da jardinagem japonesa.

O Tsukubai também é um elemento importantíssimo para o jardim japonês, usado na entrada da casa do chá, onde os convidados lavam as mãos e através deste ato executam um ritual de purificação simbólica, ficando o tsukubai em uma posição mais baixa para que o convidado se incline em reverência.

Este tipo de jardim tinha como objetivo preparar psicologicamente seu visitante para a prática do chá, pois é um caminho que o acalma e o concentra até a entrada no estabelecimento.

O uso dos pedriscos no Jardim Japonês

O uso dos pedriscos remota aos preceitos sagrados dos santuários shintoístas e mais tarde em cerimônias realizadas no pátio dos palácios

Têm composição granítica e suas cores variam entre o branco e o cinza, com 2mm de diâmetro em média.

Inicialmente, eram usados como proteção da pisada contra o barro e mais tarde seu significado foi sofisticado pelos monges Zen.

Passou a representar a água e seu movimento.

O desenho em filetes paralelos é feito por um rodo de madeira dentado na medida desejada entra as linhas, e faz parte da meditação nos templos, um momento de capricho estético e paz espiritual.

Deve-se evitar o uso de pedriscos em áreas muito abertas ao vento. Um desenho de ondas no pedrisco dura duas semanas em condições normais, sem chuvas fortes ou ventania.  Veja alguns exemplos enviados por nossos clientes:

Referência Bibliográfica:
Kaloustian, Sarkis Sergio. Jardim Japonês: a magia dos jardins de Kyoto. 1
Referencia Bibliografica:Kaloustian, Sarkis Sergio. Jardim Japonês: a magia dos jardins de Kyoto. 1ª edição. São Paulo – SP : Editora K, 2010.

Como posicionar as rochas em seu jardim japonês

As rochas são um material importante nos jardins japoneses, por que simbolizam as montanhas sagradas e as ilhas. O mestre paisagista agrupa as rochas entendendo a relação de tamanho, e posição entre elas, seja por tensão ou equilíbrio visual. Por ser um elemento forte, as rochas são poderosos focos de atração visual, portanto, sua posição deve ser cuidadosamente escolhida, seja como rocha isolada ou em agrupamentos.
Composição com lanterna de pedra modelo Yukimi, no jardim botânico do Rio de Janeiro

Associou-se o arranjo de rochas como símbolo dos cinco elementos das cosmologia chinesa.

Porém , a composição mais comum é a representação da trindade budista (Sanzoz-ishigumi), formada por Buda e dois discípulos. 

As rochas preferidas são as naturais , expostas à séculos de ação do tempo , contendo musgos e fissuras. O mestre paisagista sabe qual a face ideal que será visível no jardim.

As rochas tem arranjos clássicos de três, cinco, sete ou mais, evitando arranjos pares. Não podem existir linhas paralelas entre elas, e não devem ter o mesmo tamanho ou altura.

Vistas em elevação, planta ou em perspectiva, os triângulos formados pela união de suas bordas serão sempre assimétricos.

Segundo o paisagista tradicional, a posição da rocha no jardim deve ser a mesma em que foi encontrada na natureza, para não ofender o espírito que habita seu interior, atitude cultuada no animismo da cultura japonesa, origem do Shintoismo, religião predominante no Japão junto com o Budismo.

O oriente sempre intuiu um espírito interno que parece expressar o âmago da natureza, assim, esse valor simbólico deve ser traduzido no arranjo formal nos jardins japoneses.

Composição com Yukimi, no Museu do Bonsai MG

O Tsukubai

A fonte (ou bacia) é um elemento usado no japão há muitos séculos, é chamado tsukubai (蹲踞).
Primeiramente era usado nas estradas, para prover água aos viajantes, compondo uma rede de fontes de água ao longo de um caminho.
A conchinha de bambu era usada para beber ou lavar as mãos, a água vinha de fontes que jorravam nas encostas de montanhas, canalizadas por bambus (chamados kakei).

Mais tarde, com a propagação da cerimônia do chá e das casas de chá, a fonte
começou a fazer parte da ritualística da cerimônia do chá, e então
ganhou o nome de Tsukubai, que significa “inclinar-se” – que tem um
significado profundo de humildade. O tsukubai ficava na entrada da
casa do chá em uma posição mais baixa para fazer a pessoa se inclinar
em saudação à água, prestar atenção no barulho da água corrente e
deixar que ela purifique os pensamentos, lavar as mãos, e se preparar
mentalmente para a cerimônia do chá.

Posteriormente foi incorporado as jardins do Japão como elemento paisagístico, pois empresta ao ambiente o elemento água, fonte da vida. Atualmente, junto com os conceitos criados nos séculos de desenvolvimento dos jardins japoneses, é um ícone essencial do tsubo-niwa, que é uma “Jardim Japonês Moderno” – que incorpora em um pequeno espaço os ícones essenciais de um jardim Japonês (Tsukubai, Lanterna, pedras, e plantas)  de forma extremamente minimalista.

A arte de criar um jardim japonês tem a equivalência com as outras artes de manifestação do Zen, como Ikebana, Chá-No-Yu (cerimônia do chá) e Tiro de Arco, Bonsai, que incorporam em suas práticas alcançar a máxima beleza, simplicidade e praticidade.

Hoje em dia, a grande maioria das pessoas não tem em suas casa uma fonte de água que jorra da montanha. Mas nos adaptamos usando uma bombinha elétrica de aquário, de consumo elétrico desprezível, que acoplada a uma bica de bambu, possibilita a presença harmoniosa da água corrente no ambiente para os lares modernos, trazendo o som característico e a simbologia energética de um tsukubai.

Para montar o tsukubai moderno, basta conectar a bombinha no cano que fica na parte inferior da bica de bambu, sobrepor o conjunto em cima da bacia de pedra, colocar água e ligar a bombinha na tomada.
A bica de saída de água de bambu poder ter que ser ajustada para a água cair bem no meio do tsukubai.
Sugerimos colocar o botão que fica na frente da bombinha na posição ” – ” (sinal de menos) pois fica mais estético – com fio de água fininho e sem respingos.

Você pode adquirir um tsukubai talhado na Rocha esteatita dura artesanalmente fabricado em nosso atelier.

Confira nossos modelos: