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A vegetação do jardim japonês

O tradicional jardim japonês não ostenta uma variedade muito grande de espécies em um mesmo jardim. As árvores e arbustos são aproveitados por sua boa adaptação ao ambiente, bem como em suas mudanças de forma, cor e tamanho. As considerações de projeto devem levar em conta a variedade, a idade, o número, a localização, a época e o método para plantação, tudo isso dentro do estilo e do desenho total. As plantas trazem a qualidade da sombra, frescor e dão profundidade ao espaço. Sua posição deve respeitar a da origem de seu habitat natural.

Os mestres paisagistas exploram o contraste entre imobilidade das rochas e o movimento e a variação dos vegetais para sugerir cenários miniaturizados do universo.

As árvores devem ter os galhos bem formatados e, mesmo em pequena escala, devem sugerir grandes árvores crescendo numa floresta natural. As cores verde, cinza e marrom são predominantes e permanentes, assim, flores de estação definidas devem provocar contraste ocasionais.

Para obter os efeitos de profundidade e ilusão espacial, a vegetação é usada da seguinte maneira:

  • Para a massa posterior – folhagem densa, pequena, coloração profunda.
  • Para a massa anterior – folhagem rarefeita, grande, cores suaves.

Árvores e arbustos

As três árvores mais presentes nos jardins são: os Pinus, Pinus densiflora (Pinheiro vermelho) e Pinus thunbergii – Kuro Matsuo (Pinheiro preto), as azaléas (Azalea indica var. simsii) e o Acer palmatum (Acer), também conhecido por Maple Japonês.

Os pinus permitem um trabalho escultural e possuem grande expressividade.

Outras árvores muito comuns nos jardins japoneses são: Prunus serrulata (Sakura) Pinus pentaphylla (Pinho branco Japonês), Cryptomeria japônica (Japonese cedar, a mais impostante e sagrada depois do pinus) e a Camelia japônica (Camélia).

Os arbustos ideais para serem podados e moldados são: O junípero, os pinheiros negro e vermelho e o cipreste.

Jardim com Kuro Matsuo (Pinho preto).
Maple Japonês (Acer palmatum)
Azalea florida
Detalhe da Azalea

Bambu

O bambu é muito usado nos pequenos jardins japoneses de residências como contraponto a uma lanterna de pedra ou rocha.

Um interessante exemplo de seu uso é a cerca viva de bambu da Vila Katsura Rykyu em que ramos são dobrados formando uma cerva viva.

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Musgos

Com centenas de espécies no Japão, o musgo é particularmente privilegiado no clima úmido de Kyoto.

O musgo necessita de umidade e sombra, e seu uso como forração nos jardins, além da beleza de sua textura, funciona também como retenção de água e evita formação de barro.

Manutenção

Um aspecto que pode passar despercebido, dada a perfeição e limpeza formal dos jardins, se refere aos cuidados necessários à sua manutenção.

Nessa importância do cuidado extremo é que se reside a beleza e a permanência desse jardins.

O cuidado diário na manutenção é fundamental na apresentação visual dos jardins, uma arte da paciência e dedicação.

Os profissionais envolvidos nessa arte são extremamente especializados. Modelam os ramos dos pinus um a um, trabalhando cada agulha com um senso estético sofisticado.

Esse trabalho é feito geralmente na primavera. O controle das sombras desejadas no solo está diretamente relacionado a essas técnicas de poda.

Como exemplo, um pinheiro negro tem seu tronco entortado em forma de S, e o corte assimétrico e intercalado de seus ramos provoca um visual de uma elegante árvore exposta ao tempo e com uma idade muito mais avançada do que a real.

Poda de pinheiro negro. Manutençao e foto de Matsu Nagao
Fonte Bibliográfica: KALOUSTIAN, Sergio Sarkis. Jardim Japonês: A magia dos jardins de Kyoto. 1 Edição. São Paulo: Editora K, 2010.